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Por Edu Fernandes* 09/02/2007 Sarah e Brad, moradores de uma pequena e pacata cidade dos EUA, estão infelizes em seus casamentos e se conhecem enquanto levam seus filhos a um parquinho. Os dois se envolvem em uma relação proibida. Nessa cidadela, um pedófilo foi solto depois de cumprir sua pena e moradores apreensivos espalham cartazes com a foto do maníaco. Quando um livro é levado às telonas, sempre haverá diferenças entre as duas obras. Tais modificações são esperadas, já que se tratam de dois meios bem distintos – o literário e o cinematográfico. Em Pecados Íntimos (Little Children), Tom Perrota, o autor do livro Criancinhas, co-assinou o roteiro. Como conseqüência, há um elemento na fita que não foi suficientemente adaptado: a persistência da narração onisciente, que denuncia o apego do escritor pela obra original. Na maioria das vezes em que a voz masculina entra, fica a impressão de que se está ouvindo a leitura de um livro. Uma solução possível para essa falha seria transformar a narração onisciente em relato. A personagem de Kate Winslet (Em Busca da Terra do Nunca) poderia ser a narradora e o conjunto teria mais cara de filme. Ao lado de Kate, estão no elenco Patrick Wilson (O Fantasma da Ópera) e Jennifer Connely (Diamante de Sangue). Os menos conhecidos Jackie Earle Haley e Phyllis Somerville estão em papéis menores, mas merecem ser citados por outra razão: os dois interpretam mãe e filho e há uma certa semelhança física entre eles. Esse fato positivo, somado a atuações competentes, cria uma realidade tocante na relação entre eles. Assim como no excelente trailer deste filme, o som da locomotiva funciona como catalisador de emoções. Essa é apenas uma das ferramentas utilizadas para criar o suspense que chega ao ápice na seqüência final, como manda o figurino. No desfecho do filme todos os personagens parecem ser direcionados para um mesmo evento arrasador e a tensão cresce no ritmo correto. Nesse momento, é fácil lembrar-se de Beleza Americana (1999): um desenlace forte em um filme cuja temática são os monstros que todos nós trancamos no armário chamado mente humana. Esses monstros podem ser desde uma conduta discutível no ambiente de trabalho até delitos mais graves... a diferença é que alguns têm fechaduras mais resistentes. * Edu Fernandes é Editor de Cinema e Vídeo do Homem Nerd |
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