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Por Leonardo Santana 16/11/2006 Recontos #0 é uma publicação de Histórias em Quadrinhos, editada pelos gaúchos Rafael Costa e Ricardo Fonseca, que faz uma adaptação dos contos do escritor - também gaúcho - Daniel Galera; histórias que tratam de temas urbanos e interpessoais com bastante competência. Adaptar contos para os Quadrinhos nem sempre é fácil, mas, nesse caso e na minha opinião, os autores saíram-se muitíssimo bem. A primeira história, intitulada Subconsciente, é a mais confusa narrativamente, não tem falas, e parece mostrar os delírios de um rapaz que tem seu pênis preso no zíper de sua calça. A segunda HQ chama-se Natureza morta. Nessa história, um rapaz envolve-se sexualmente com uma mulher mais velha e ambos vão parar no apartamento dela, onde ele tem uma desagradável surpresa após encontrar o filho pequeno dessa mulher. Uma história muito boa e sensível. Em Tiroteio, a terceira história, o humor sutil é abordado quando, em um bar, um jovem estabelece uma conexão indesejável com um velho bêbado e seu lindo nenê. Uma engraçada crítica à forma como nos relacionamos com os estranhos. Fechando a publicação, encontramos a melhor HQ, intitulada Todas as rosas do balde, onde uma menina de rua - que vende rosas - é obrigada, não pela força, mas pela miséria de sua própria vida, a se sujeitar a um velho, que à vista de todos, hipocritamente se faz passar por uma boa pessoa para conseguir vender suas rosas. Uma história triste, forte, verdadeira e muito bem conduzida. Todos os desenhos dessa publicação cumprem seus papéis, mas é na história onde Recontos guarda o seu segredo, provando a tese de que uma publicação para ser realmente satisfatória tem que aliar bons desenhos com boas histórias. E, nesses quesitos, Rafael Costa e Ricardo Fonseca saíram-se muito bem. Recontos #0 tem 36 páginas, capa em preto, branco e vermelho, miolo em preto e branco e tamanho de 20,5 x 29,5 cm. Quem quiser saber mais sobre a revista e como adquiri-la, entre em contato com o Rafael Costa através do e-mail luzesombrahq@yahoo.com.br. Os quadrinhos nacionais agradecem. |
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