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Por Matheus Moura 01/11/2006 O livro do vento, de Jiro Taniguchi e Kan Fukuyama, editado pela Panini do Brasil a R$ 14,90 no formato 13,7 x 20 cm e com 240 páginas chega a surpreender pela narrativa fluída e traços claros e belos. O tema abordado é relacionado à família Yagyu, que é famosa em todo Japão e teve uma importância fundamental na idade “feudal” do país, nos anos de 1650 (um pouco depois de Miyamoto Musashi morrer) quando um pergaminho é roubado do templo da família (que por um acaso é protegido por ninguém menos que o inimigo mortal de Itto Ogami*, Retsudo Yagyu) e é iniciada uma investigação para saber qual o propósito do roubo e quem o fez. A história é narrada por um outro personagem real (talvez um dos últimos samurais de sua época) Kaishu Katsu (falecido em 1898), que além de ser samurai era um dos grandes do governo Xogunato da época e até ajudou na derrocada deste. No decorrer do volume fica claro que, antes de qualquer coisa, a manutenção de um sistema social instituído deve ser preservado a todo custo sem o questionamento dos agentes de defesa deste. Mesmo quando isto implica em questões divinas (no caso do Japão, em que se acredita [va] que a família real é descendente direta de Amaterasu, o deus Sol) ao repelir um sentimento de revolta do então ex-imperador Minoo, que pretendia voltar ao poder ao atiçar uma rebelião de outros Daimyos (senhores feudais, para a contextualização) que não nutriam um sentimento amistoso com a família Tokugawa (o Xogum, ao traduzir, general). Isto tudo regado a conspirações, traição e astúcia. É mostrado também como eram usados os famosos ninjas ou shinobis (uma observação, no Japão não há palavras no plural, este se cria através do contexto, a inclusão do S ao final de expressões nipônicas é somente para facilitar a leitura) o que destoa dos costumeiros filmes baratos de entretenimento hollywoodianos que abordam o “mito” dos ninjas. No final do volume há vários extras interessantes, como um mapa do Japão com as cidades citadas e visitadas na obras, uma “linha do tempo” onde é traçado o paralelo de épocas entre Japão, mundo e depois Brasil, além do comum glossário, posfácio e palavra do autor. Para não falar demais e vocês não terem o que ler da obra, termino por aqui e recomendo esta que vem para satisfazer os amantes (ou não) de histórias “feudais”, principalmente as que se referem ao Japão dos grandes generais. Boa leitura... * Itto Ogami, personagem principal no mangá Lobo Solitário |
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