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Por José Salles 18/09/2006 Dentre tantos formidáveis mestres da HQ nacional que ilustraram gibis de guerra nos anos 1960 e 70 (quando material deste tipo era muito vendido nas bancas), um dos mais notáveis quadrinhistas deste gênero foi Ignácio Justo – e é exatamente dele a presença marcante nesta Edição Especial #2 da revista Combate, o título mais famoso e vendido da Editora Taíka durante este período. Destaque para a capa deste gibi (imagem ao lado), literalmente uma pintura (ao que parece, óleo sobre tela) reproduzida para deslumbre dos leitores de então e para sortudos como eu que conseguem encontrar esta preciosidade em sebos de usados. Lançada nas bancas brasileiras por volta de 1970, Combate #2 – Edição Especial tem 64 páginas apresentando HQs desenhadas por Justo e também por outro gigante dos quadrinhos nacionais, Salatiel de Holanda, além da participação de roteiristas de peso como Alberto Paroche e Rubens Francisco Luchetti. As seis historietas aqui reunidas refletem os tempos da Segunda Guerra Mundial, onde os autores demonstram grande conhecimento e pesquisa histórica sobre o assunto (especialmente sobre os veículos e armamentos usados em combates), mas se dedicam principalmente a focar o lado humano dos protagonistas dos conflitos. E é sobre a amizade o tema da primeira HQ desta revista, escrita e desenhada por Salatiel de Holanda e chamada Os Voluntários, mostrando a união entre três pilotos aliados de diferentes nacionalidades: um brasileiro, um mexicano e um australiano, unidos contra as forças aéreas japonesas, numa batalha onde o instinto de sobrevivência é decisivo. A segunda HQ, chamada Auxílio (imagem acima), escrita e desenhada por Ignácio Justo (e arte-finalizada por Salatiel de Holanda), é de uma fidelidade histórica comovente – e algo impensável de ser publicado nos dias de hipocrisia politicamente correta de nossos tempos. Auxílio mostra um grupo de soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira) em confronto com soldados alemães em terras italianas. Além de toda a ação que uma HQ desta requer, Justo procura mostrar aspectos históricos que hoje são renegados de má fé por certo tipo de acadêmicos. Fatos como a dignidade dos soldados nazistas nos campos de batalha, e a fervorosa adoração da população italiana pelos pracinhas da FEB – coisa que se dá até hoje, como podem comprovar os estudos sérios de César Maximiano, ou mesmo a partir de relatos de turistas que visitam os vilarejos italianos que foram palco de confrontos na Segunda Grande Guerra. Buoni i bravi ragazzi... talvez os pracinhas da FEB ainda vivos devessem se mudar para a Itália, pois ao menos lá teriam o reconhecimento que não têm aqui. |
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