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Munique, de Spielberg, pela Universal
Por Shirley Paradizo
17/08/2006

Em setembro de 1972, em meio às Olimpíadas de Munique, um ataque terrorista foi transmitido, ao vivo, para telespectadores no mundo todo. Sem aviso, um grupo extremista palestino conhecido como Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica, matou dois integrantes da equipe israelense e manteve, por quase 20 horas, outros nove como reféns – que acabam sendo mortos friamente. O desfecho final dessa tragédia histórica, anos depois, foi narrado no livro A Hora da Vingança, do escritor canadense George Jonas, e levado para as telas de cinema em 2005 pelo cineasta Steven Spielberg.

As primeiras cenas de Munique remetem ao atentado, mas logo entra em cena um grupo que tem como missão vingar o massacre. O primeiro a ser recrutado é Avner Kauffman (Eric Bana), um jovem oficial do Mossad, serviço secreto de Israel. Ele recebe da própria primeira-ministra, Golda Meira, a incumbência de formar uma equipe com outros quatro agentes para perseguir e matar os terroristas. Para isso, é obrigado a abandonar a mulher grávida e viajar pela Europa em total sigilo, numa caçada perigosa e cheia de culpa. Mais do que contar uma história poderosa e chocante, Spielberg apresenta uma obra política corajosa, na qual não há mocinhos nem vilões e tudo depende de um ponto de vista. O diretor mostra o que levou cada um a cometer seus crimes sem tomar um lado nessa história. No último Oscar, Munique concorreu a cinco estatuetas e não levou nenhuma delas. Um terrível engano da academia, pois o filme merecia ganhar todas e outras mais.

Agora, no DVD lançado pela Universal, outro pecado mortal foi cometido contra o longa: os extras (Uma Introdução por Steven Spielberg e Munique: A Missão, O Grupo) são poucos e não fazem jus a seu conteúdo. Mesmo assim, o disco vale cada centavo, pela extraordinária e competente história.

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