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Por Shirley Paradizo 15/08/2006
Desde que foi lançado nos Estados, em 1999, a série recebeu algumas comparações com a criada pela escritora J.K. Rowling. Mas não é bem assim. Ao contrário do personagem Harry Potter, os irmãos Baudelaire não foram transportados para um universo mágico nem conseguem resolver seus problemas com um toque de uma varinha mágica. Eles são, como o próprio narrador comenta nos livros, as crianças mais desafortunadas e infelizes do mundo. Logo de cara, perdem os pais em um incêndio e vivem sob a guarda de tutores, que se preocupam mais com seu próprio bem-estar do que com o dos garotos. Isso os obriga a enfrentar um tio que deseja matá-los para ficar com sua herança, passar invernos à base de sopas frias, trabalhar em serrarias e ainda morar em uma casa infestada de caranguejos. Desventuras em Série é um livro infantil, mas tem ingredientes de sobra para agradar a todas as idades. A começar pela narrativa. Daniel Handler (ou Lemony Snicket, se preferir) abusa nas páginas de seu livro de um humor sarcástico e cínico do autor que há muito tempo não se via na literatura. O próprio fato de ter escrito uma história sem um final feliz já é uma ousadia que merece muitos e muitos pontos. Afinal, praticamente tudo o que se faz hoje no universo do entretenimento – livros, filmes e até novelas –, tem estampado um “happy end”. A maior atração para os adultos e fãs da leitura, sem dúvida, são as ricas referências. Uma delas é o sobrenome dos personagens, uma alusão ao revolucionário poeta francês Charles-Pierre Baudelaire. O escritor Edgar Allan Poe recebeu uma homenagem: o responsável pela herança dos órfãos se chama Poe e seu filho, Edgar. Agora se você é daqueles que não suportam histórias desagradáveis e tristes, como recomenda o escritor, “se você esperava encontrar uma história tranqüila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado”. Nesse caso, o melhor é procurar outra leitura. Do contrário, divirta-se com uma sucessão de desventuras inteligentes e surpreendentes! |
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