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Por Leonardo Santana 01/08/2006 O último vôo livre, de Watson Portela - divulgado aqui -, já é, para mim, a melhor surpresa do ano, até agora. Em primeiro lugar, surpreende o acabamento gráfico que foi dado à revista, que julgava ser xerocada mas, na verdade, foi impressa em off-set e com capa em papel couchê (mesmo sendo preto e branco). Some a isso que é possível rever desenhos inéditos de Watson voltando em grande forma – mesmo assinando Barroso, pseudônimo que usa quando pretende fazer trabalhos mais despretensiosos e sem o mesmo apuro técnico que ele é capaz. Os desenhos de Watson estão simplesmente incríveis. Obviamente, lá pelo meio da revista, a qualidade deles cai um pouco, como se o artista tivesse sentido o peso de levar adiante um projeto tão grande, mas, pouco antes do final dessa primeira parte, ele retoma o vigor. Outro fator que torna essa edição simplesmente imperdível é o fato de Watson resgatar – à sua maneira – quase todos os heróis nacionais da época de ouro dos quadrinhos nacionais, além de passar em revista boa parte dos personagens que ele mesmo criou e desenhou em suas Paralelas e Vôos livres nestes últimos quase 30 anos. Dentre os heróis, podemos conferir Hydroman, Homem Lua, Raio Negro, Mystiko, Fantastic, Homem-fera, Escorpião, Homem Justo, Visg, Judoka, Bola de fogo, Fikom, Golden Guitar, Homem-força, Pabeyma, além de versões femininas de Mylar, Pele de Gato e Cobra. Também é possível, para os fãs de Watson, assim como eu, reconhecer vários personagens do próprio autor, como Rita (Dragão Urbano), Gabriel, Cabeça de Ferro e, até mesmo, pin-ups que se imortalizaram nas capas de álbuns seus como Paralelas. E a história? A história é louca como quase todas as histórias que o Watson tão bem produz. Os habitantes de uma cidade inteira desapareceram e uma dezena de pessoas que, através de um contrato misterioso, ganham os uniformes e os poderes dos heróis nacionais dos anos 1960, têm que descobrir quem está por trás disso tudo. A história, com certeza, não tem lá muito pé nem cabeça, mas Watson a conduz com bastante ação e irreverência, com certas doses de sensualidade mas, acima de tudo, com bastante competência. Enfim, não esperem uma história fabulosa. Apenas desenhos maravilhosos, muita nostalgia e leitura despretensiosa e divertida. Para adquirir O último vôo livre mande um e-mail para Beto Martins, editor da revista: mrdeditora@ig.com.br Os quadrinhos nacionais agradecem. |
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