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Por Wilson André Filho 31/07/2006 Misturar pessoas reais com tramas fictícias é um exercício de criatividade que poucos se atrevem a fazer porque as comparações podem destruir a obra se a estrutura não for bem montada. Um exemplo correto do que pode ser feito está em Os crimes do mosaico (Editora Planeta, 381 págs.) do escritor Giulio Leoni, que coloca no centro da trama o poeta Dante Alighieri (1265-1321). O livro é, em primeira instância, um thriller policial: o ano é 1300, um crime horrendo abala a cidade de Florença (Itália), aos pés de um gigantesco mosaico inacabado; seu autor, um mestre mosaicista é assassinado de forma grotesca. Dante, que acabara de ser eleito prior da cidade, é chamado, pela Guarda Municipal, a cuidar do caso e terá de usar todo o seu intelecto para descobri e punir o criminoso ou os criminosos. Como todo bom livro de mistério, nada será fácil, a trama se complica quando tudo leva a crer que uma seita secreta, que se esconde nos subterrâneos da cidade, está por trás de tudo. Outros elementos vão se somando à história, a Ordem dos Cavaleiros Templários, supostos segredos da Igreja Católica, uma dançarina misteriosa e um grupo de intelectuais denominados O Terceiro Céu. O autor consegue recriar, com maestria, a Florença renascentista com suas ruas apinhadas de gente, o calor sufocante, seus “pallazzos” e suas tavernas e, além disso, passa para o leitor uma boa idéia do clima político da época, em que todos viviam sob o olhar da Inquisição. Giulio Leoni nasceu em Roma, é diplomado em letras e amante das histórias de magia e ilusionismo; é a segunda vez que Dante Alighieri aparece em um livro seu, o primeiro, Os crimes da Medusa, foi lançado em 2000 e está inédito no Brasil. |
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