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A Dama na Água, o mais novo Shyamalan
Por Ruy Jobim Neto
25/07/2006

Uma ninfa etérea emerge das águas, tal como aquelas mesmas ninfas que Camões descreveu em Os Lusíadas ou ainda daquelas bem dignas de algum livro do C.S. Lewis (autor de As Crônicas de Nárnia). Só que as águas são as de uma piscina do condomínio The Cove, no subúrbio da cidade de Philadelphia, nos Estados Unidos. E Paul Giamatti (na foto ao lado, com Bryce Dallas Howard) irá encontrar essa ninfa, quando descobrirá que há muito mais do que uma mera piscina naquele condomínio. Além daquelas águas, um mundo à parte. 
 

Bryce Dallas Howard em A Vila

Esse é o mote inicial de A Dama na Água (Lady in the Water), outra obra escrita e dirigida por M. Night Shyamalan (o mesmo de O Sexto Sentido e Sinais). O filme é da Warner e da Legendary Pictures, que juntas acabaram de promover Superman – O Retorno. Tal como nos filmes sensacionais do mesmo diretor, um universo paralelo é encontrado, desta vez, piscina adentro. Story, a linda e frágil criatura (uma mistura entre sereia, ninfa e anjo) interpretada pela não menos linda Bryce Dallas Howard (a Grace de Manderlay, de Lars Von Trier), vai levar o zelador Cleveland Heep (Giamatti) a um mundo místico e perigoso. Bryce foi escolhida mesmo a dedo. Ela tem jeito de sereia e ninfa, e tem diversas cenas em que fica com cabelo e corpo úmido, abaixo de chuveiro. E o curioso é que a bela e branquelinha atriz é filha do diretor Ron Howard, ele mesmo, que dirigiu Daryl Hannah e Tom Hanks em Splash! – Uma Sereia em Minha Vida, para a Touchstone. 
 

Giamatti e Howard "na água"

Com a duração de 110 minutos, A Dama na Água é a história de um homem que tem que salvar uma sereia de criaturas monstruosas que querem matá-la, e ele tem que ajudá-la antes que seja tarde, a pontos de liberar a moça para que seja resgatada por um pássaro gigante. O filme foi lançado na última sexta-feira, dia 21, nos cinemas americanos e em breve aterrissará por aqui. Já está sendo anunciado em displays e o trailer, na Internet, é deslumbrante, embora a crítica americana tenha descido a lenha nesta obra. Shyamalan sabe como um filme funciona, e sabe os caminhos para prender a platéia. A vontade do ator-diretor-roteirista de sempre criar algo original e surpreender a cada filme é de admirar. E, afinal, um artista não pode ser mesmo considerado unanimidade. O próprio Nelson Rodrigues já a declarava burra. Então, M. Night Shyamalan pode suspender a tensão da sua platéia quando necessita, tal o efeito que o cineasta sempre consegue provocar em quem vai ver os seus filmes. Ame ou odeie.
 
Há de convir. Depois do fracassado A Vila e das obviedades de Sinais, o próprio diretor jamais conseguiu o feito de igualar em suspense com sua obra máxima até agora, O Sexto Sentido (de 1999). Quase foi chamado de "o novo Alfred Hitchcock". Que heresia. E olha que o Shyamalan diretor vai escalar o Shyamalan ator, no momento de interpretar Vick Run, um escritor que pretende fazer a obra que inspire realmente alguém a mudar o mundo. Bem, para um condomínio como esse do filme, The Cove, onde moram pessoas do seguinte calibre: um fanático por palavras cruzadas e seu filho prematuro, além de uns doidos que filosofam como hippies e fumam o tempo todo, um estudante coreano-americano, um mãe quase maluca, um solitário que assiste TV o dia inteiro, um fisiculturista que trabalha somente um dos lados do seu corpo, personagens como o do ator-diretor ou uma ninfa-sereia até que caem bem. Clique aqui para entrar no site oficial do filme e assistir ao trailer.

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