Brandon Routh em Superman - O Retorno

O que é Superman – O Retorno?

Meu Deus, por onde começar? Claro, pelo lado bom: Bryan Singer, o queridinho das bilheterias, foi convidado pela Warner Bros. para um projeto ambicioso, recriar a franquia Superman, com o final de cinesséries de arrebatador sucesso como Matrix e a saga de J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis, filmes que renderam dividendos astronômicos em bilheteria, home entertainment e incontáveis ações de merchandising, é claro que não poderiam perder o filão.

Singer deixou o projeto de X-Men – O Confronto Final, para tocar Superman - O Retorno (Superman Returns) e, juntamente com Michael Dougherty, desenvolveu uma história utilizando elementos de Superman - O Filme e Superman 2. Singer despensa apresentações: é aclamado pela crítica especializada por filmes como O Aprendiz, adaptação do romance de Stephen King, e o excelente Os Suspeitos, filme que rendeu a Kevin Spacey o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

O filme, que tem duração de 154 min., parte do desaparecimento de Superman (Brandon Routh) durante cinco anos, período onde a cidade de Metrópolis é tomada por avassaladora onda de crime. Kal-El – o nome kryptoniano de Superman  – após viagem onde busca respostas sobre seu planeta Krypton e sobretudo seu pai, Jor-El (Marlon Brando), retoma assim a identidade do jornalista nerd Clark Kent e volta a trabalhar no Planeta Diário, com a benção de Perry White (Frank Langella) e o apoio do amigo Jimmy Olsen (Sam Hutington). E logo, como Perry quer que Lois Lane (Kate Bosworth) cubra o retorno do Homem de Aço, Clark é escalado para cobrir um estranho blackout que ocorreu na cidade. Mistério que Lois quer desvendar a qualquer preço.

Claro que seu coração fala mais alto, ainda mais quando o assunto é Lois, respeitada pela classe jornalística e ganhadora do Prêmio Pulitzer que, para a infelicidade do rapaz, é mãe e está noiva do também jornalista Richard White (James Marsden), sobrinho de Perry. Lex Luthor (Kevin Spacey) sai da cadeia graças à ausência de Superman durante a audiência. O super vilão, se é que assim pode ser chamado, agora é um homem rico e com um objetivo, acabar com o Último Filho de Krypton. Como disse, este é o lado bom da história: um elenco brilhante, efeitos especiais de primeira, escolha mais que certa de Bryan Singer, sem contar o excelente roteiro de Michael Dougherty e Dan Harris (roteirista e diretor do monumental Heróis Imaginários).

Então, o que poderia dar errado no filme com tantos acertos na equipe de produção? CARISMA!!

Falta carisma aos protagonistas, as histórias não são bem costuradas, a trama nem de longe lembra o magnífico filme de 1978, dirigido por Richard Donner, e sua seqüência. Superman – O Retorno é pobre em vários aspectos, mas o que pesa contra mesmo é a total falta de carisma do protagonista, verdade seja dita: o rapaz é bonito, mas carisma que é bom, nada! É definitivamente uma pena; outro erro gritante do diretor foi A escolha de Kate Bosworth como Lois Lane, seu cabelo loiro por vezes dá o ar da graça dentre o “shampoo tonalizante de quinta” que usou para cobrir as madeixas. Sim, os efeitos são de primeira e as cenas de ação (marca registrada de Singer) não devem nada a outras produções. “Sorry”, Brandon e Kate não valem o ingresso, mas o filme é “assistível”, às vezes sofrível, mas, ainda assim, “assistível”.

Outra decepção é Kevin Spacey, ganhador de dois Oscars por Os Suspeitos (Melhor Ator Coadjuvante) e por Beleza Americana (Melhor Ator), que, como disseram os críticos americanos, faz uma imitação muito caricata de Gene Hackman, que criou um Luthor com tamanha maestria. Spacey parece preguiçoso na composição do personagem. E o plano? O plano não passa de uma história sem pé nem cabeça: construir um novo continente. A musa do cinema independente Parker Posey, passa despercebida e desperdiçada por todo o filme, uma pena!

Claro que a escolha do elenco deve-se ao fato de que algumas continuações virão e com isso consigam garantir nomes como o de Kate e Brandon (a computação gráfica usada no rosto do ator é de extremo mau gosto e beira o bizarro). Até agora a Warner Bros. não confirma, mas segundo algumas fontes Singer já trabalha em um novo roteiro para 2009.

É esperar para ver!

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