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Resenha: Brado Retumbante #4
Por Eloyr Pacheco
25/05/2006

É muito interessante acompanhar uma produção independente desde o seu início e sentir a sua evolução. A Brado Retumbante é uma das publicações que fico feliz em colecionar por ser um exemplo do quanto o Quadrinho independente pode ser bem feito e forte.

Na edição #3, a Brado (como a chamamos) parecia ter atingido o seu potencial, tanto quadrinhístico, quando gráfico. Não satisfeitos, na edição #4 os editores decidiram arriscar numa mudança de logotipo e num novo personagem. Essa ousadia faz parte de algo que considero decisivo na evolução do meio independente: o experimentalismo. Já que as grandes editoras não querem arriscar ou, pelo menos, arriscam o mínimo possível, cabe às editoras alternativas essa responsabilidade. Ponto para a equipe da Brado. O logotipo mais “antiquado” utilizado anteriormente ainda me agrada mais do que o novo, mais moderno e com menos profundidade. O fato do personagem na capa cobrir boa parte do logo (algo que não ocorreu nas edições anteriores) dificulta a leitura do nome da publicação. É preciso tomar muito cuidado com essa interatividade quando não se tem um personagem notório que convide o expectador a folhear a edição em exposição e talvez deixe de ser atraído pelo título que já ouviu falar porque não leu o nome à primeira vista.

O grande acerto deste número 4 da Brado é a estréia de Renegado 3000, embora que, para realizar a sua entrada, a personagem de grande potencial Cabala, criada por Lula Borges, tenha sido afastada – no editorial há a promessa dela voltar na próxima edição. Mas, isso mexe com o leitor e esse é o interessante de uma revista mix. Entra um personagem, sai outro, se estabelece um rodízio. E o gostinho de saudade da personagem afastada pode trazê-la de volta mais forte ainda. A edição abre com a HQ Desejos, mais uma aventura de Monte Castelo, de Rodrigo Garrit e Milton Estevam, outro personagem de grande potencial, embora esta história seja a mais fraca das que já foram publicas nas quatro edições. Merece destaque a arte de Milton Estevam e a arte-final de Carlos Alberto: ótimas hachuras e equilíbrio. Segue com Ameaça Terrorista, mais uma aventura de Crânio, de Francinildo Sena e arte de Mark Novoselik, com a participação do Cara de Gato, outro personagem criado por Francinildo, e Retalhos, estrelada por Arcanum, roteirizado e ilustrado por Cidclay Laurentino. Brado #4 fecha com a estréia de Renegado 3000 na HQ Amigos, de Leonardo Santana e Ricardo Anderson.

A edição ainda publica pin-ups (uma delas sem assinatura ou crédito, um pequeno deslize, pois os editores têm tomado bastante cuidado com isto, basta observar os créditos no expediente, onde estão claros, além dos créditos, os endereços, telefones e e-mails para contatos) e as seções Quem é Quem com Milton Estevam; Brado do Leitor, com as cartas dos leitores, e a Entrelinhas – a história por trás da história apresentando o mundo do Renegado 3000. Brado Retumbante #4 (64 páginas p&b, capa colorida, formatinho) foi impressa em papel off set, muito melhor que o papel jornal das anteriores. Mais uma melhoria que os leitores perceberão assim que estiverem com a revista na mão.

Pedidos podem ser feitos pelo correio para a Elemental Comic Shop (Rua do Riachuelo, 136 – Sala 109 – Edifício Aurora Boulevard – CEP 50050-400 – Recife–PE) ou pelo e-mail elementoclay@hotmail.com.

 Veja também:

Lançamento: Brado Retumbante #4

Preview de Brado Retumbante #4

A capa de Brado Retumbante #4

Lançamento: Brado Retumbante #3

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