A revista independente Vulto, o vigilante – divulgada aqui -, criada pelo quadrinhista mineiro Wellington Santos, narra as aventuras de Nelson, um integrante do fictício Grupamento Especial (G.E.) de Belo Horizonte, equipe de militares que combate o crime na cidade.

Durante sua primeira missão na equipe, Nelson é surpreendido por uma declaração de um bandido, que o faz desconfiar que o grupo não é tão honesto quanto a comunidade acredita. Ele descobre que o Capitão Lúcio e outros agentes do G.E. estão envolvidos com o tráfico de drogas e revela o que descobriu para Cássio e Pedro, únicos companheiros de equipe em quem confia. A partir daí, as vidas de Nelson e seus amigos são ameaçadas pelos agentes do G.E., numa trama com bastante ação e algumas reviravoltas típicas do gênero. Para agir, Nelson utiliza um uniforme e máscara parecidos com o que vestia nas missões do Grupamento, fazendo com que sua figura sombria seja chamada de Vulto. 

Wellington levou mais de 15 anos para ter sua HQ publicada, e o fez por conta própria no ano passado, em uma revista bem impressa, com 88 páginas de miolo (história completa!), formato 15 x 22 cm e capa colorida em papel couchê. Vulto foi criado em 1990, época em que personagens como Justiceiro e Demolidor faziam sucesso na revista Superaventuras Marvel, e alguns quadros da HQ trazem à memória cenas de histórias desses personagens, como o herói saltando de prédios com uma corda (típico do Demolidor) e o uso de armas (como na ilustração que abre esta resenha, com Vulto em pose clássica do Justiceiro).

A arte de Wellington tem estilo próprio, não imitando os “desenhistas da vez” americanos e, pintada em tons de cinza, consegue um resultado bastante agradável visualmente. Como bônus, há pin-ups da personagem assinados pelo próprio Wellington e pelos “artistas convidados” Gleison Santos, Rodrigo Santos, Raimundo Gomes e Eckner Darwin.