|
Por Shirley Paradizo 24/04/2006 Quando se fala em aventuras mágicas, logo vem à mente a saga de Harry Potter. Pelo menos, até agora. A inglesa Susanna Clarke, de 44 anos, promete mudar essa história com seu primeiro romance. Jonathan Strange & Mr. Norrell (Editora Companhia das Letras, 1.304 págs., R$ 55,00), apesar de compartilhar do universo dos bruxos com a escritora J.K. Rowling, tramita por outro nível de magia – mais adulto e mais próximo do mundo fantástico da trilogia O Senhor dos Anéis, criada por J.R.R. Tolkien. Para compor sua trama, Susanna mescla personagens deste e de outro mundo, ficção e fatos históricos, acrescentando uma boa dose de suspense, mistério e humor. Uma receita infalível que rendeu elogios da crítica especializada, diversos prêmios – inclusive o de melhor livro de ficção do ano pela revista norte-americana Times e pela World Science Fiction Society –, tradução para 33 países e, recentemente, os direitos de adaptação para o cinema foram adquiridos pela New Line, os mesmos produtores de O Senhor dos Anéis. O livro se passa entre os anos de 1806 e 1817, quando a Inglaterra estava em guerra com Napoleão. Uma época um tanto obscura para a verdadeira magia, já que os magos não sabiam mais praticá-la, dedicando-se apenas ao estudo teórico da arte em livros de autoria de grandes bruxos do passado, como o bruxo Rei Corvo. Isso até que o recluso Mr. Norrell decide aparecer e mostrar suas habilidades para a feitiçaria. Logo ele se torna celebridade e é convidado para ajudar a Inglaterra a derrotar o imperador francês por meio da magia. Seus grandes feitos atraem o jovem estudante Jonathan Strange, que se torna seu discípulo e confidente. Os dois, porém, são como água e vinho. Enquanto Norrell planeja proibir a prática da magia na Inglaterra para ser o único a possuir seus segredos, Jonathan sonha em compartilhar seu conhecimento e restaurar a magia em todo o reino. Além de se deliciar com uma trama fantástica e envolvente, a autora acrescentou à já deliciosa receita criativas notas de rodapé sobre escolas, livros e autores mágicos imaginários. A princípio, as diversas “referências” e a escrita densa de Susanna podem até dificultar um pouco a leitura. Mas, se conseguir se acostumar a ela, é bem provável que leitor depare com um problema ainda maior: as olheiras pelas noites passadas em claro, devorando-se páginas e mais páginas dessa inteligente e divertida obra. A Companhia das Letras disponibilizou duas versões diferentes de capa para o livro, uma branca e outra preta. É só escolher a que agrada mais! |
Quem Somos |
Publicidade |
Fale Conosco
|