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15/12/2005
O Frankenstein de Zezo Nascido em São Paulo, em 20 de fevereiro de 1929, iniciou seu trabalho em uma pequena agência de publicidade em 1953. Dois anos mais tarde, começa a publicar HQs na editora La Selva. Histórias de cowboy, românticas e infantis, mas principalmente de terror. Eram HQs avulsas e de, geralmente, oito páginas, sempre explorando bem as possibilidades do claro e escuro, das formas e sombras, que adquiriam vida própria, num estilo marcante. Zezo produzia de 20 a 30 páginas por mês, com desenho e arte-final, utilizando desde o pincel até a pena (tendo inclusive fabricado sua própria pena de bambu). Já as capas, sua marca registrada e sua produção mais destacada, eram em média de dez por mês, pintadas e assinadas. Nos quadrinhos de terror o destaque fica para os 12 números da revista Frankenstein (1960 e 1961). Criado em cima de um pré-roteiro (na verdade uma sinopse) desenvolveu um personagem onipresente, que muitas vezes só aparecia no final da história. Explorando a ambientação da Alemanha no final do século 19, trabalhava com a atmosfera daquele país, colocando o personagem como um produto do meio em que foi criado, não como um monstro, tornando a série uma das melhores adaptações do clássico. Zezo criou capas para revistas da Editora Outubro e para livros da Editora do Brasil. Saindo do gênero terror, José Rivelli Neto criou um personagem aventureiro para o Jornal Juvenil, entre 1961 e 1962, chamado O Tubarão Voador. Publicou também uma aventura de ficção espacial chamada Rumo ao Infinito, publicada no Jornal Juvenil nº 9 (novembro de 1962) e posteriormente vendida em tiras pela distribuidora de Mauricio de Sousa. Em 1963 entra para a empresa Duratex, na área de propaganda, na produção de folhetos e cadernos de instrução técnica. Nesse período profissional direcionou sua criação para o traço caricato e de humor. Na revista Serrote (de circulação interna e entre os distribuidores da empresa) ilustrou matérias sobre marcenarias e carpintaria, e criou personagens como Chico Minhoca, um tipo caipira que contava as vantagens dos produtos da empresa de forma cômica. Outro personagem era Bola Tudo - sempre inventando alguma coisa usando os produtos Duratex - e Mutuca, companheiro de Chico Minhoca, que acabaram tendo uma edição especial colorida, em 1966: Dois Batutas no Serrote.
Zezo faleceu no final da década de 1980, deixando uma produção excepcional, tanto em qualidade artística como em quantidade (nos tempos da La Selva chegou a produzir cerca de cem capas por ano), mas nunca deixou de lado o prazer de criar uma HQ. Embora pouco conhecido pelos leitores de quadrinhos, foi - juntamente com Jayme Cortez e Miguel Penteado - um dos melhores capistas de terror nacional e que marcou um breve, mas importante, período de nossa produção quadrinizada. Por Worney Almeida de Souza |
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