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Por Humberto Yashima 31/10/2005 Quando escrevi a resenha de O Contínuo #2 (leia aqui), enfatizei que a publicação era um fanzine de qualidade, tanto na parte gráfica quanto no conteúdo. O mais correto seria dizer que O Contínuo é uma revista independente, produzida por jovens e talentosos quadrinhistas que resolveram publicar seus trabalhos por conta própria. A terceira edição da revista demonstra uma impressionante evolução em comparação aos dois primeiros números - que já eram muito bons, com interessantes HQs. Começando pela belíssima capa dupla, assinada por Julia Bax (Kaos!) e com destaque também para as ilustrações internas de Olavo Costa, novos colaboradores de O Contínuo. A primeira história, Cerrone e o Ogro, narra a angústia de um escritor de sucesso que pode estar sendo perseguido por uma de suas criações. Referências a um certo fenômeno literário mundial estão presentes no roteiro de Pedro Felício, que foi ilustrado por Pedro Bottino - apresentando aqui o seu estilo e fugindo da influência do traço de Frank Miller visto na HQ Necrópole, de O Contínuo #2. Tão Diferente, escrita por Pedro Felício e desenhada por Rafael Mathé, é uma história sem diálogos, vagamente inspirada na canção Valsinha, de Chico Buarque e Vinícius de Moraes. O ótimo traço a lápis de Mathé dá um toque diferente à HQ, com apenas alguns detalhes e quadros arte-finalizados pelo artista. Carlos T. Lemos (roteiro) e André Bernardino (desenhos) assinam Pela Sombra, conto urbano sobre pessoas que se envolvem com o lado sombrio de uma cidade. Como em todas as histórias da edição, o contraste de preto e branco funciona muito bem. O Contínuo #3 é fechada com a ótima O Homem Certo para o Trabalho, primeira história da série Loucas Aventuras sobre Duas Rodas, escrita por Dalton Correa Soares e desenhada por Alcimar Frazão. A aventura é estrelada por Tadeu, um "aspirante a contínuo" que se mete em uma grande encrenca e precisa da ajuda de um misterioso indivíduo que resolve qualquer problema. Com 56 páginas de miolo (as duas primeiras edições tiveram 40 páginas) e custando R$ 3,50, a revista traz HQs de qualidade para quem curte uma boa história e merece ser conhecida pelo público.
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