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Por Edson Rontani Jr.* 26/10/2005
O termo fanzine foi muito utilizado nos Estados Unidos incorporando-se à linguagem brasileira no início dos anos 1970. Ele deriva das palavras fan (fanático) e magazine (revista), entendendo-se por ela como sendo a revista do fã. O fanzine era, quando criado, uma publicação alternativa e de baixo custo, utilizando-se de poucos recursos numa época em que máquinas copiadoras (como a Xerox) ainda eram objetos caros e sua utilização não havia sido tão disseminada quanto hoje. O computador pessoal (PC) nem havia sido criado. Restava então a opção de impressão em clicheria, mas o alto custo das gráficas impedia qualquer projeto desenvolvido pelos pequenos inovadores. O recurso de cópias na época era, então, o mimeógrafo a tinta e mais tarde o mimeógrafo a álcool onde o estêncil reproduzia uma quantidade limitada de reproduções.
A tiragem dos primeiros fanzines era de 600 cópias distribuídas pelo Correio entre colecionadores de revistas em quadrinhos. Nos arquivos deixados por Rontani, constam fichas de destinatários dos fanzines os nomes de José Mojica Marins (o "Zé do Caixão"), Gedeone Malgola, Adolfo Aizen, Mauricio de Sousa, Jô Soares, Lyrio Aragão e outros desenhistas ou aficionados em quadrinhos.
Rontani tinha paixão pelos quadrinhos chegando a passar por suas mãos mais de 170 mil exemplares de histórias em quadrinhos. Possuiu juntos ao mesmo tempo cerca de 74 mil exemplares. Foi desenhista artístico e lecionava desenho em seu Instituto Orbis, situado no centro de Piracicaba. Criou em 1948 o Nhô Quim personagem considerado com o mascote do E.C. XV de Novembro de Piracicaba. Sua memória é perpetuada até hoje pelo Jornal de Piracicaba com a publicação semanal da coluna Você Sabia? que ele editou de 1982 a 1997, ano em que faleceu. Aposentou-se como desenhista técnico da Secretaria Estadual de Agricultura. *Edson Rontani Jr. é jornalista. Artigo publicado com a autorização do autor. |
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