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Por Eloyr Pacheco 16/09/2005 Edinho Sampaio chamou a atenção pelas ilustrações da capa e do "miolo" do CD Anacrônico, recém-lançado por Pitty. Ilustrador, designer e quadrinhista, Edinho é dono de um traço forte e decidido, reflexo do determinado artista que ele é. Preste atenção neste talentoso ilustrador, você ainda vai ouvir falar (e muito) dele. Nesta entrevista, Edinho fala como desenvolveu esse trabalho, do que fez e o que pretende fazer, e como as coisas estão acontecendo para ele. Boa leitura. Como surgiu o projeto da capa do CD da Pitty? O cenário do novo show também é seu? Bom, conheci a Pitty aqui em Salvador. Na época eu e um sócio tínhamos um escritório de design e ela gostava dos trabalhos que fazíamos. Saí do escritório e fui trabalhar sozinho, então perdemos o contato. Só depois de muito tempo recebi um e-mail dela perguntando se eu estava a fim de fazer a capa do disco novo. Conversamos muito e ela me contou um pouco do que imaginava para a capa. A partir daí comecei a fazer uns layouts para a banda dar uma olhada, até que um deles foi aprovado. O cenário do show é de Gringo Cardia com ilustrações minhas. Ele me ligou e encomendou duas ilustrações: ele queria duas meninas e um gato preto e umas ruínas meio expressionistas. Foi um prazer trabalhar com o Gringo, ele é um grande designer gráfico. É, e faz uns cenários fantásticos, também. Fale um pouco mais desse seu trabalho? Logo no início, conversamos muito sobre o conceito do disco. A Pitty me falou que o nome era "anacrônico" e que queria uma coisa bem fifties com aquela temática de pin-ups. Foi aí que criei as minhas "drongas" (é como chamamos as meninas do CD), que são amigas fifties meio zumbis. Achei que era legal trazer a coisa do terror pra dar um pouco de subversão a história toda, um contraponto a cultura "certinha" americana dos anos cinqüenta. Foi legal pesquisar sobre esse assunto e criar em cima disso, acho que o resultado ficou interessante. "Drongas" é engraçado! (Risos.) Esse trabalho está lhe dando uma ótima projeção, não? Que outros trabalhos você fez antes desse? Pois é, adoro as drongas, tem uma coisa meio satírica naquele sorriso de gengivas e olhos sem pupila. (Risos). Com certeza tem sido muito bom pra mim. Recebi muitos e-mails de pessoas que gostaram da capa e de muitos fãs de Pitty que se identificaram com o trabalho, só posso estar muito satisfeito. Os meus trabalhos anteriores são muito variados. Tem de tudo: capas de CD, marcas, projetos gráficos, ilustrações, etc. Dentre eles gosto da capa da banda O Cumbuca, da capa da banda Escambo, e muitas outras. Gosto de todos os meus filhos (risos). O mais novo é sem dúvida o meu preferido e o que teve maior projeção. Você domina diversos estilos: isso se deve ao quê? Necessidade de angariar trabalho? Pois é. Aqui em Salvador o mercado é muito pequeno e para trabalhar é necessário atirar pra todos os lados (risos). Paralelo a isso eu realmente gosto de aprender outros estilos de traço, pintura, texturas, etc. Meu projeto é de só desenhar no meu estilo. Acho que logo isso vai ser possível. Tenho sim. É um projeto de um quadrinho junto com o diretor e roteirista Ricardo Spencer sobre o dia a dia de pessoas normais com histórias nada normais. Estamos trabalhando nela e em breve devem rolar algumas novidades. O Spencer dirigiu um dos clipes da Pitty, não é? Pode falar mais sobre esse projeto de quadrinhos, ou prefere guardar segredo por enquanto? Isso mesmo. O Spencer dirigiu I wanna be e o roteiro trata de várias histórias do dia-a-dia de pessoas comuns, num condomínio de classe média. Segundo o próprio Spencer, o roteiro tem haver com verdades que não são admitidas. Espero ter isso em mãos logo, pois o material é muito legal. O Bigorna agradece a Edinho Sampaio pela entrevista. |
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