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Por Ruy Jobim Neto 31/08/2005
Arte de J. Carlos
Pois bem, quando Maria Cristina se defrontou com a recepção do MIS, uma decepção: ela simplesmente não poderia, nem mesmo como pesquisadora da USP, uma mestranda, ter acesso aos documentos, à fita com a entrevista. A única condição para que alguém tivesse acesso ao material seria ter autorização de uma pessoa que tivesse participado do mesmo. Um absurdo! Imaginem, pasmem! E se todos já tivessem falecido? Bom, por sorte, havia ainda alguém: Ziraldo. Maria Cristina pegou o telefone do estúdio do cartunista e falou diretamente com ele. Ziraldo disse: “Você está aqui, no Rio?”. Quando ela afirmou, ele continua: “Então vem pra cá agora, que eu te faço uma carta de autorização”. Chegando lá, Maria Cristina viu a seguinte cena – Ziraldo não só lhe entregou uma carta por ele escrita (e que se encontra, como homenagem, nos anexos da tese dela), como também telefonou para o MIS e disse: “Olha, aqui é o Ziraldo quem fala e vai aí a pesquisadora Maria Cristina Merlo e ela tá precisando de um material, ela tá levando uma autorização minha, e eu gostaria que você liberasse o material para ela”. A tese se chama O Tico-Tico – Um Marco das Histórias-em-Quadrinhos no Brasil, e foi defendida na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, em setembro de 2003. Na banca examinadora estavam o orientador, Prof. Antonio Luiz Cagnin, e os examinadores convidados, os professores Marcelo Tassara e Sonia Maria Bibe Luyten. Foi uma tarde e tanto, aquela, entre cafezinhos e petiscos, e Maria Cristina trazia à vida, oficialmente, um dos mais importantes relatos sobre quadrinhos de que se tem notícia. Falta agora uma editora se aperceber disso e editar a obra antes que feche o ano.
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