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O público aplaude; o Anima Mundi 2005 empolga
Por Ruy Jobim Neto
18/07/2005

Alosha (foto), o divertido longa do animador russo Konstantin Bronzit, empolgou o público presente no Espaço Cultural dos Correios, na segunda noite do festival de cinema de animação Anima Mundi 2005, em sua primeira etapa (de 8 a 17 de julho), no Rio de Janeiro.
 
A história do grandalhão de bom coração (mas com um muque fortíssimo), o Alosha do título, narra as aventuras de um grupo de personagens liderado pelo atrapalhado anti-herói, e que pretendem resgatar o ouro do vilarejo de Rostov, pilhado pelo vilão, o terrível Tugarin.
 
Com 76 minutos de duração, com belíssimas cores e muita movimentação, o filme de 2004 tem personagens divertidos, como o cavalo falante, o burrico fortíssimo, a menina russa apaixonada por Alosha, entre muitos outros. Bronzit, de filmes como o engraçadíssimo curta No Fim do Mundo, é conhecido do público do Anima Mundi e foi vencedor, por duas vezes, do Grand Prix do Festival de Animação de Annecy, na França. O simpático Alosha é o primeiro longa de Bronzit.
 
O Anima Mundi, este ano, em sua décima terceira edição, divulga a chegada de mais um DVD, o terceiro, com o melhor de suas seleções. No álbum estão filmes como o vencedor do Oscar  O Velho e o Mar (de Alexander Petrov) e When the Day Breaks (de Amanda Forbis e Wendy Tilby), entre outros.
 
No Rio de Janeiro, o evento, que é o quinto maior do mundo, se dividiu em cinco espaços: o Centro Cultural Banco do Brasil, o Espaço Cultural dos Correios, o Cinema Odeon BR, a Casa França-Brasil e o Cinema Estação Botafogo. Em São Paulo (de 20 a 24 de julho), todos os filmes serão apresentados apenas no Memorial da América Latina.
 
Entre outras atrações deste ano, está o curta Ryan, do animador canadense Chris Landreth, que traz outros três filmes, The End, Bingo e The Listener. O mais novo deles, Ryan, ganhou o Oscar em 2005 e conta a história real de como o canadense Ryan Larkin, de animador, passou a mendigo.
 
Por outro lado, uma grata surpresa, na terceira noite do Anima Mundi, ainda no Rio, foi o curta do paulista Marcelo Marão, Qualquer Nota. O filme, de 1 minuto de duração, é definido como "uma estranha banda". Feito em desenhos cíclicos filmados em 2D, em preto-e-branco e sem cenário algum, Qualquer Nota mostra em sons uma série de personagens bizarros que, juntos, formam uma orquestra muito divertida. Arrancou eficientemente aplausos extensos da platéia.
 
Outro filme, The Hand Behind the Mouse - The Ub Iwerks Story, é um documentário em longa metragem, de 90 minutos, dirigido por Leslie Iwerks, e traz a história do avô da cineasta, o animador Ub Iwerks, "um dos pais de Mickey Mouse", o homem que primeiro desenhou, concebeu as formas e que foi o primeiro animador do famoso camundongo Mickey, de Walt Disney.
 
O filme, de 1999, tem produção dos estúdios Disney, e presta homenagem a Iwerks, ex-sócio de Disney, na década de 1910, no Kansas, em estúdios de animação para publicidade, e que era tido como o animador mais rápido de seu tempo (ele animou, entre outras coisas, o curta de Mickey, Plane Crazy, sozinho, em apenas duas semanas).
 
Mas, entre outras atrações, é com a personagem Beryl, a gordinha de meia-idade criada pela animadora Joanna Quinn, que as programações do Anima Mundi 2005 são abertas. Sambando, animada por Céu D´Elia, a personagem dança ao som da música de Roberto Silva e Ralph Canetti. A abertura pode ser assistida tanto em QuickTime como em Windows Media Player, através do site do festival. 

Ponto para os organizadores (Marcos Magalhães, Léa Zagury, Aida Queiroz e César Coelho), que estão, há treze anos ininterruptos, à frente deste festival brasileiríssimo, com vigor adolescente, e que chegou onde chegou graças ao apoio de consulados e embaixadas, além de empresas de renome, principalmente a Petrobrás.
 
O Anima Mundi, quando se assiste diretamente em sua sede, no Rio de Janeiro, mostra que está mais vivo do que nunca, animado pelo calor humano das platéias que teimam em entupir graciosamente as salas de exibição, comprar camisetas, bonés e o catálogo do festival, cada vez mais sofisticado. Longa vida, portanto, ao Anima Mundi.

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