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Por Eloyr Pacheco 13/07/2005 Durante a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, realizada no mês de maio, tive o prazer de tomar um café com Marcatti, talentoso conhecido meu de longa data. Eu o levei para palestrar em Londrina, minha cidade natal, se a nossa memória não falhou, em 1991 (talvez tenha sido em 1990), juntamente com o então insurgente, e hoje famoso, Lourenço Mutarelli (Jesus Kid, Transubstanciação). Rimos muito dos desencontros folclóricos que ocorreram durante a estadia dos dois em minha cidade natal. Relembramos fatos hilários que poderiam render uma ótima história em quadrinhos. Marcatti é considerado um dos mais importantes nomes dos quadrinhos dos anos 1980 e, com estilo próprio, marcou época. Para se ter uma idéia de sua independência, ele ficou muito conhecido no meio quadrinhístico, por ter comprado uma impressora off-set. Com a sua "oficina gráfica" surgiu a editora PRO-C, pela qual, além de seus trabalhos, publicou também outros artistas independentes. Fráuzio, Mijo, Tralha e Glaucomix, este último em parceria com Glauco Mattoso, são alguns dos títulos de suas publicações que eram vendidas de mão em mão, nas portas de bares, cinemas e teatros. Marcatti também colaborou com as famosas Chiclete com Banana e Circo e produziu para a banda Ratos de Porão, de João Gordo, notório fã e colecionador de quadrinhos, as capas dos discos Brasil (1989) e Anarkophobia (1991). No momento suas HQs estão sendo republicadas em forma de álbuns e livros. Um resgate importante que vale a pena ser conferido e estar na prateleira dos colecionadores. Pela Coleção Opera Urbana, da Opera Graphica Editora, teve publicado o livro de HQs Restolhada (16x23cm, 148 páginas), que lhe rendeu um Troféu HQ Mix dos quatro que recebeu. Também recebeu o Prêmio Jayme Cortez pelo incentivo aos quadrinhos. Pela mesma editora, desta vez pela Coleção Opera Brasil, foi publicado o álbum Fráuzio (21x28cm, 52 páginas). Na Bienal, Marcatti autografou Mariposa, lançado pela Conrad (16x23cm, 84 páginas). Se você não conhece o trabalho de Marcatti, e ficou curioso, antes de ir atrás do seu trabalho, prepare-se para encontrar nestes livros muita escatologia (que ele chama de "escatologia romântica") e sexo bizarro, algo que só o quadrinho independente consegue abordar com tanta propriedade. Se tiver estômago, atente-se ao traço requintado e rico em detalhes deste Mestre (o cara está ficando velho, já pode ser chamado assim.) "porra-louca" do quadrinho nacional. Visite o site de Marcatti. Foto: Divulgação. |
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