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Por Roberto Guedes 30/06/2005
Os americanos deixaram de produzir material de terror, o que motivou editoras paulistanas como a La Selva, Bentivegna, JS, Fittipaldi e a Continental/Outubro a investir nesse segmento. Todas elas, do famoso "eixo gráfico" Moóca, Cambuci e Brás. Com essa exposição, nossos autores ficaram conhecidos e por conseguinte, aumentou-se a demanda por seus trabalhos - que não se restringiria apenas às histórias de terror. A boa aceitação do gibi do Capitão 7 - que por sua vez, valeu-se da popularidade do programa televisivo comandado pelo ator Ayres Campos - serviu, com certeza, de "barômetro" na decisão de se publicar genuínos super-heróis brasileiros. Um dos pioneiros e, talvez, o mais carismático de todos foi o Raio Negro, de autoria de Gedeone Malagola - um dos fundadores da Editora Júpiter que, por infelicidade, não durou muito. Gedeone chegou a roteirizar os gibis do Capitão 7 e do Vigilante Rodoviário, e trabalhou com vários profissionais importantes e talentosos, entre eles Jayme Cortez, Nico Rosso e Sérgio Lima. O gibi de Raio Negro foi lançado em fevereiro de 1965 pela GEP (Gráfica Editora Penteado) de Miguel Penteado. Sua história de origem era semelhante a do "novo" Lanterna Verde da DC Comics (criado em 1959 por John Broome), e seu traje era quase igual ao do Ciclope dos X-Men (os famosos mutantes da Marvel Comics). O traço simples e os roteiros criativos cativaram os fãs. Hydroman e Homem-Lua eram outros conhecidos heróis do autor.
Até hoje, Gedeone é considerado por aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele, como o mais prolífico autor brasileiro de quadrinhos, pois produziu revistas de vários gêneros - tanto como roteirista ou desenhista - e sempre com a mesma qualidade. Suas séries de terror A Múmia e O Lobisomem, por exemplo, são memoráveis! Vale lembrar que, apesar de tirar proveito de personagens então desconhecidos dos leitores brasileiros (caso de Ciclope e Lanterna Verde), ainda assim, teve o mérito de o fazê-lo antes do boom dos "Super-Heróis Shell" (como os heróis da Marvel eram chamados quando de seu lançamento no Brasil em 1967, devido a ação conjunta da EBAL - Editora Brasil-América, TV Bandeirantes e dos Postos Shell). Hoje, Gedeone está aposentado e com problemas de saúde. Deixou um legado gigantesco e variado ao quadrinho brasileiro, ainda não reconhecido e admirado em todo seu esplendor.
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