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Como foi: Dia do Quadrinho Nacional em Recife
Por Henrique Magalhães
09/02/2011

O grupo PADA - Produtora Artística de Desenhistas Associados, que reúne quadrinistas de Recife e Olinda, realizou no dia 27 de janeiro de 2011 uma sessão comemorativa ao Dia da História em Quadrinhos Nacional (noticiado no Bigorna aqui). O evento ocorreu em Recife no auditório da Livraria Cultura, anexo ao Shopping Paço Alfândega, a partir das 19h e se estendeu até as 21h30. A comemoração antecipada faz referência ao dia 30 de janeiro, instituído como o Dia da HQ nacional em homenagem ao personagem Nhô Quim, do ítalo-brasileiro Angelo Agostini, que lançou seus quadrinhos no país em 1869.

Participaram do evento não só os quadrinis tas ligados ao grupo PADA, como Leonardo Santana, José Valcir, Milson Marins, Arnaldo, entre outros, mas os convidados Amaro Braga, Lailson de Hollanda e Henrique Magalhães, que fizeram uma mesa redonda sobre o mercado dos quadrinhos no Brasil. Um bom público de quadrinistas e aficionados compareceu e participou dos debates, num clima de confraternização, questionamento e troca de opiniões.

Antes da instalação da mesa redonda, Leonardo Santana fez uma exposição  sobre a origem e o desenvolvimento dos quadrinhos pernambucanos até os dias atuais. De forma sintética, devido ao curto tempo, Leonardo realçou a importância de alguns autores do estado no cenário dos quadrinhos no Brasil, numa sessão didática e bastante ilustrada.

Amaro Braga discorreu sobre a inserção dos quadrinhos na academia, bem como sua obra voltada para as adapta ções literárias para os quadrinhos. Amaro tem tido bom êxito com seu trabalho de resgate histórico sobre fatos que remontam a fundação do estado e de suas figuras proe minentes, por meio de álbuns de luxo patrocinados por leis de incentivo cultural.

Lailson de Hollanda falou sobre sua experiência não só de publicação no mercado, com o sucesso de obras como Os Lusíadas e outras adaptações literárias, bem como sobre o nicho de mercado que se abre para o público escolar. Lailson também discorreu sobre a importância do FIHQ (Festival Internacional de Humor e Quadrinhos), que criou e coordenou por sete anos em Pernambuco e os possíveis desdobramentos dessa iniciativa.

Henrique Magalhães apresentou as perspectivas de seu trabalho junto à editora independente Marca de Fantasia, com a edição de álbuns e livros de novos e veteranos autores nacionais. Realçou o intercâmbio com outros editores independentes do país e do exterior, a exemplo de argentinos e franceses. Destacou, também, o trabalho editorial desenvolvido conjuntamente com o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPB e a possibilidade de se aprofundar as pesquisas acadêmicas sobre a História em Quadrinhos.

Um dos pontos mais relevantes desse encontro, como aponta Lailson, foi que, de modo diferente de outros eventos do gênero, neste não houve lamentações. Há um clima de certo entusiasmo entre os autores e produtores de quadrinhos nacionais, embalados pela decisão de não se ficar a espera do improvável interesse do mercado, mas de se tomar a iniciativa da produção nas próprias mãos, abrindo espaço junto ao público e buscando o profissionalismo editorial.

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