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Por Henrique Magalhães 08/02/2011 O Brasil já foi considerado por Philippe Morin como um grande celeiro de História em Quadrinhos, com uma forte cena independente que cresce a cada ano. Philippe é um dos editores do melhor fanzine francês, o PLG, e coordenador do Prêmio de História em Quadrinhos Alternativa do Festival de Angoulême. A opinião desse renomado editor francês muito nos enobrece e chama a atenção para nosso potencial criativo e mobilizador. Para o Festival de Angoulême, o que se entende por História em Quadrinhos Alternativa é a edição de pequenas publicações, também chamadas fanzines, bem como as revistas editadas por autores ou grupos para os aficionados em quadrinhos. O prêmio recompensa, desde 1982, a melhor edição alternativa internacional de História em Quadrinhos, escolhida por um júri de especialistas sobre o domínio. Há alguns anos o fanzine Top! Top! vem participando do Festival International de La Bande Dessinée d’Angoulême na categoria Revista Alternativa, uma participação solitária, mas que representava com dignidade o país no maior festival do mundo dedicado às Histórias em Quadrinhos. Contudo, desde o ano passado, aumentamos nossa presença no festival, com a seleção de outros fanzines e publicações independentes. Este ano repetimos a dose. De 35 publicações selecionadas, seis são brasileiras, o que é um ótimo percentual. Vale lembrar que o festival recebe inscrições de todo o mundo e a participação, por si só, já representa um grande prestígio para as edições. Além do Top! Top!, da editora Marca de Fantasia, temos concorrendo ao prêmio em 2011 as publicações vinculadas ao coletivo 4º Mundo, o que demonstra a força de articulação do grupo e a estratégia de ocupação de espaço no cenário internacional como modo de afirmação dos quadrinhos brasileiros. A edição do Top! Top! Que concorre em Angoulême é o número 26, dedicado à obra de Edgard Guimarães. O fanzine traz uma longa entrevista com esse autor e editor, que tem um dos mais profícuos e premiados trabalhos no campo da edição independente no país. Participa, também, o fanzine La Bouche du Monde, de Eduardo Pinto Barbier. Este editor franco-brasileiro há anos radicado em Narbonne, França, tem um importante trabalho de divulgação de nossos quadrinhos, em meio a autores de várias nacionalidades. A edição 11 do fanzine, que participa este ano do festival, é uma boa demonstração de sua capacidade gregária, que enriquece a cena independente mundial. Sérgio Chaves lidera um grupo de quadrinistas que têm na revista Café Espacial seu veículo de expressão. A revista já ganhou alguns prêmios no Brasil, como o troféu HQ Mix de 2009 e 2010 como publicação independente e de grupo, sendo bastante renomada no meio. A edição 7 é a que participa do festival francês. O suplemento Café Espacial Expresso também faz parte do certame, inscrito como publicação a parte. Outra revista que nos representa é a denominada A3 Quadrinhos, editada por Matheus Moura com patrocínio do Programa Municipal de incentivo à Cultura, da Secretaria de Cultura de Uberlândia, MG. Esta primeira edição traz quadrinhos de terror, aventura e ficção. Conseqüências é outra publicação inscrita. Trata-se de uma revista independente de aventura policial editada por Caio Majado, da Academia Brasileira de Arte (ABRA). O Festival de Angoulême ocorreu entre 27 e 30 de janeiro e no momento da leitura deste artigo certamente já temos o resultado da premiação, que pode ser conferido aqui. Independente de alguma de nossas publicações ser a vencedora, é um grande feito termos tantos representantes de nossos quadrinhos no festival francês, o que certamente não passou despercebido para os críticos, autores e aficionados de todo o mundo que se encontram nesse prestigioso evento. |
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