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Guerra de Armaduras: um dilema ético
Por Edgar Indalecio Smaniotto
29/03/2011

Quando adolescente adquiri alguns números (102-108/ se não me engano, afinal eu tinha uns 13 anos) da revista do Incrível Hulk, em formatinho, então publicada pela Editora Abril. Entre as séries que foram apresentadas nesta revista, a que me chamou mais a atenção foi uma do personagem Homem de Ferro, intitulada: Guerra das Armaduras

A trama trazia temáticas interessantes, a começar por se desenrolar em torno de um caso de espionagem industrial, em que o super-vilão Espião-Mestre rouba a tecnologia da armadura do Homem de Ferro, para Hammer, que além de industrial, é concorrente de Tony Stark (o homem por trás da armadura do Homem de Ferro), e começa a vender a tecnologia  para quem possa pagar.

Tony Stark, ao inspecionar a armadura de Clay Wilson, um ex-terrorista conhecido como Força, descobre o roubo de sua tecnologia. No desenrolar da trama Tony Stark não consegue na justiça um processo contra quem utiliza sua tecnologia, e, portanto faz uso ilegal de suas patentes. Por fim Tony Stark decide por destruir toda a tecnologia roubada.

E é ai que começam os problemas, pois não foram apenas vilões que obtiveram esta tecnologia, mas também outros heróis e agências governamentais.

Fosse à história apenas o embate entre o Homem de Ferro e alguns super-vilões de armadura, esta não teria maiores atrativos, o interessante da história é justamente o dilema ético com que o Homem de Ferro e confrontado: se não destrói uma tecnologia perigosa, ela pode levar a morte de muitos inocentes, mas se o faz, estará transgredindo as leis, e possivelmente até poderá provocar mortes neste percurso.

O Homem de Ferro, claro, decide ir à caça de todos os que tiveram acesso a sua tecnologia, não importando as consequências, que entre outras coisas quase leva as empresas Stark a falência. Primeiramente ele começa a caçar alguns super-vilões: Metalóide, Mauler, Controlador (em uma batalha com vítimas fatais), os aeropiratas e Bezouro, são facílmente vencidos pelo Homem de Ferro.

Até que chega o próximo da lista: O Arraia, este não é apenas um super-herói, membro dos Vingadores, uma equipe de Super-Heróis criada e financiada pelo próprio Tony Stark, mas é também um agente do governo. O Homem de Ferro ataca e captura o Arraia, apenas para descobrir que este na verdade não usa sua tecnologia.

Em seguida Tony Stark parte para confrontar a agência internacional S.H.I.E.L.D (Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão), que seria, no Universo Marvel, mais importante e forte do que qualquer outra (CIA ou NSA).  A sua sede está localizada em um gigantesco porta-aviões aéreo e a agência possuiu escritórios regionais e bases secretas em todas as grandes cidades do ocidente). Esta organização possui as poderosas armaduras conhecidas como Mandroides, que mesmo sendo utilizadas para proteção da humanidade são destruidas pelo Homem de Ferro.

Após atacar a S.H.I.E.L.D, o Homem de Ferro ataca a Gruta, um prisão federal para super-criminosos, protegida por soldados conhecidos como Os Guardiões, que também fazem uso de armaduras, destruidas pelo Homem de Ferro. Nesta operação, sem saber Tony Stark acaba por libertar os super-criminosos presos.  Neste momento aparece o Capitão América, que tenta proteger os Guardiões, mas é derrotado pelo Homem de Ferro. Em certo momento os dois trocam olhares, que indicam o nascimento da rivalidade de valores e ações entre estes dois personagens, que foi levada as últimas consequencias na maxi-série Guerra Cívil

Os proxímos da lista são os agentes soviéticos Dínamo Escarlate e Homem de Titanio, o que leva o Homem de Ferro a uma ação não autorizada em outro país e com vitimas fataís (lembrando que a história foi escrita originalmente no tempo da ex-União Soviética). Por fim o herói se torna um criminoso, caçado pelo governo norte-americano, que utiliza a armadura Poder de Fogo, que também faz uso de tecnologia da armadura do Homem de Ferro, para caçar o próprio.

A última parte da história mostra Tony Stark revivendo o dilema ético e as consequências de seus atós em um sonho/pesadelo meditativo, dando a história um final bastante elucidatito de como a mente humana e seu subcosnciente trabalha para adaptar o homem a qualquer evento que provoque conflito psiquico/ético/moral no amago de sua individualidade. 

Esta saga acaba de ser re-publicada no Brasil pela Editora Panini Comics, em um encadernado intitulado: O Invencível Homem de Ferro: A Guerra das Armaduras, contando com o total de 210 pagínas e um prefácio assinado pelo roterista David Michelinie, um dos roteristas da história. Uma obra imperdivél para quem gosta de quadrinhos de ação e aventura, mas também para quem curte uma boa história sobre o ser humano e seus dilemas éticos.

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