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Eu, Bat-Robô
Por Dark Marcos
31/01/2011

Certas idéias absurdas, quando bem conduzidas, podem render ótimas histórias. É claro que, aqui, entende-se por “ótima” algo que se assemelha mais a “divertida” história, isentando-a de qualquer análise mais crítica ou técnica. Como a Era de Prata transbordava de idéias que hoje podem ser consideradas absurdas, é natural encontrar verdadeiras pérolas dos quadrinhos nas páginas daquela época. E, talvez, não exista nada mais rico em pérolas do absurdo do que as histórias do Batman.

Apesar de ser um mero (brilhante, mas mero) combatente do crime comum em Gotham City, Batman era colocado em situações que beiravam o humilhante em suas histórias. Enfrentava monstros, robôs, alienígenas, mutantes, viajava no tempo, mudava de corpo... ou seja, fazia tudo que um “mero” combatente do crime não estaria acostumado fazer. Não perdia sua essência, no entanto, uma vez que não importava o ambiente ou situação fora do comum que enfrentasse, sempre havia um criminoso comum a ser enfrentado nas entrelinhas de cada aventura, mesmo que esse estivesse se aproveitando da situação incomum.

Em uma história, publicada no final da década de 50, conhecemos uma espécie de “Bat-Robô”, um autômato que trazia todas as características e até mesmo o visual do herói. Não era algo que fosse tão novidade assim, já que outros heróis passaram pelo mesmo tipo de situação (Superman era experiente em robôs de si mesmo). O que chama a atenção aqui é como a situação é conduzida... livre, leve, solta... e absurda.

Um cientista cria um robô capaz de adquirir as características, inclusive memórias, pela transferência das mesmas através de um capacete. Esse mesmo cientista é alertado sobre o perigo desse invento cair em mãos criminosas e dá a idéia de transferir as características de um verdadeiro combatente do crime para o robô: as características de Batman. O herói é convocado e entende que transferir suas memórias para a criação pode protegê-la de alguma forma. Simples assim. E não só aceita participar do experimento como também veste o robô com seu uniforme.

Acontece que quem deu a idéia (sim, absurda) ao cientista é justamente um criminoso que deseja utilizar esse robô, simulacro de Batman, para derrotá-lo. No meio dessas situações loucas, alguns pontos interessantes sempre surgem, tal qual uma piada. Quando o criminoso, acreditando controlar totalmente o robô, pergunta sua identidade secreta (a de Batman) este responde que não pode revelar. Óbvio! Afinal, uma das características do herói é proteger sua identidade.

Resta ao criminoso tentar utilizar a criatura para capturar o herói. Vemos então uma espécie de combate entre iguais, onde a astúcia de Batman (o humano) vence quando apela para seu próprio excesso de confiança (outra de suas característica) para levar o robô até uma arapuca onde recebe uma forte carga elétrica e é desprogramado.

Como truque final, Batman (sim, o humano) usa um disfarce fingindo ser o robô e captura os criminosos. Uma idéia absurda que rendeu uma aventura despretensiosa e divertida.

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