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Como foi: 27º Prêmio Angelo Agostini
Por Marcio Baraldi
07/02/2011

Podem falar o que quiserem do Prêmio Angelo Agostini, mas que a 27º edição, que rolou sábado passado, dia 5, foi ótima, isso foi!

Sabem o que é o Prêmio Agostini? Uma verdadeira INSTITUIÇÃO do Quadrinho nacional, e de longe, abominem alguns ou não, a mais DEMOCRÁTICA! Enquanto alguns fazem macumba pro prêmio ir pro brejo, os artistas e o povão que ama os quadrinhos brasileiros, compareceram em peso e lotaram o Instituto Cervantes, novo lar do Agostini.

E que lar!!! O Cervantes tem instalações excelentes, extremamente profissionais e aconchegantes, que acolheram muitíssimo bem a categoria dos quadrinhistas, dando inicio a uma nova fase na longa carreira do prêmio. Novamente há que se louvar e parabenizar o incansável Worney, que há 27 anos conduz o prêmio como um sacerdote devoto do Santo pioneiro dos Quadrinhos. Worney, diga-se de passagem, teve ótimos aliados que ajudaram muito para que tudo corresse bem e fosse um sucesso: Bira, Fernando dos Santos e Edson Pelicer (membros da Comissão organizadora), além de Will, Daniel Esteves e a loja Comix que também contribuíram muito.

Bem, a galera lotou o auditório para assistir a palestra dos artistas Marcelo Cassaro e Petra Leão, que são da equipe responsável pelo gibi da Mônica Jovem, do Maurício de Sousa, de longe um dos gibis mais bem sucedido dos últimos tempos. Palmas para o Tio Maurício, que mesmo aos 75 anos não para de criar e de se arriscar em projetos novos. Um verdadeiro professor de vida para todos nós!

Lá fora, no saguão de entrada, a loja Comix, o Quarto Mundo e outros profissionais, com suas mesinhas, vendiam seus gibis para Deus e o mundo, enquanto muitos artistas e jornalistas batiam papo numa saudável confraternização. Numa mesa num canto estava o Danilo Beyruth autografando seu último livro, "Bando de Dois", que faturou um merecidíssimo Agostini este ano. Também tinha uma bonita exposição de vários artistas em homenagem ao "Pai de Todos" Agostini e uma HQ coletiva sendo produzida por todos os quadrinhistas que por lá estavam.

E não posso deixar de parabenizar a bonitona Cida Candido, responsável pela excelente assessoria de imprensa do evento!

Bueno, isto dito, vamos ao prêmio. Worney estava muito feliz com o evento lotado e o ótimo clima que reinava no local, e fez um divertido papo de introdução que esquentou a platéia. A seguir veio o Bira Dantas que falou sobre o intercâmbio com quadrinhistas coreanos que ele está promovendo no Brasil, aproveitando pra sortear uns posteres de alguns artistas coreanos. Por incrível que pareça desta vez ele não tocou sua famosa gaita pentelha! Será que roubaram a gaita dele?!? Aleluia!

Na sequência, como é outra praxe democrática de Worney, alguns quadrinhistas, como Paulo dos Anjos, Eloyr Pacheco, Claudio Martini (editora Zarabatana), Daniel Esteves, Gil Mendes, entre outros, venderam seu peixe e fizeram propaganda de suas publicações.

Aí, sim, começou a premiação de fato. Worney começou anunciando o contemplado como melhor desenhista, o baiano Hélcio Rogério, que faz a excelente arte dos álbuns do Lorde Kramus, personagem do roteirista Gil Mendes. Aliás foi o próprio Gil que recebeu o prêmio no lugar de Hélcio, já que o artista não pode vir da Bahia para a premiação.

Em seguida veio o prêmio de melhor roteirista e melhor publicação independente concedido para os também baianos, Marcos Franco e Marcelo Lima, pelo gibi "Lucas da Feira de Santana", que narra a história de um polêmico cangaceiro que apavorou o sertão da Bahia no século 19. Inclusive o gibi também é desenhado pelo Helcião que ganhou como melhor desenhista.

Os três baianos não puderam vir mas gentilmente mandaram um vídeo onde agradeceram emocionados pelo prêmio. Quem recebeu os prêmios por eles foram, respectivamente, José Salles e Paulo Ramos. Esta foi uma edição do Prêmio em que a Bahia realmente fez bonito e marcou presença, arrebatando o troféu em três categorias. Merecidíssimas, por sinal! Parabéns aos baianos, que além de ótimos profissionais, correram atrás do prejuízo e lutaram pra quebrar essa hegemonia paulista nos Prêmios de HQs, cujos resultados viciados e polêmicos, precisam mudar URGENTEMENTE!!!

Após, fui chamado, eleito melhor cartunista, para receber o 11º Prêmio Agostini da minha carreira. Imediatamente fiz um discurso enfático onde procurei deixar claro mais uma vez a necessidade de ambos os prêmios, Agostini e HQ Mix, criarem regras para impedirem as sucessivas repetições de um mesmo ganhador. Conclamei para que ambas as comissões organizadoras ouçam as reclamações da categoria e realizem mudanças concretas pautadas por elas. Já tinha dito aqui no Bigorna anteriormente (veja a matéria aqui), que eu e o Edgard Guimarães, não podemos mais concorrer ao Agostini, além da necessidade do prêmio criar novas categorias como "jornalista especializado" e "mídia sobre quadrinhos" (no mínimo mais essas duas), e tornei a dizê-lo em público. Acredito que entenderam a mensagem, pois fui bastante aplaudido. De quebra, ganhei o apelido de "Capitão Nascimento" do Quadrinho Nacional. Muito obrigado!

Foi então que surgiu Danilo Beyruth para receber o prêmio de melhor lançamento do ano, pelo "Bando de Dois". Livrão muito bonito que a crítica aplaudiu unanime e merece vender bastante.

Depois, o mineiro Edgard Guimarães recebeu seu 20º (?!?) prêmio pelo fanzine "QI", e o editor José Salles, da Júpiter II, recebeu o prêmio "Jayme Cortez", pela sua contribuição a HQ Nacional. Salles é figura polêmica dentro da cena da HQ Nacional, alguns o desprezam, mas quem tem o juízo bem regulado não pode negar sua importância para o quadrinho independente brasileiro. Quantas pessoas teriam a coragem e paixão que ele tem para investir uma pequena fortuna numa causa que, na imensa maioria das vezes, não lhe trouxe retorno financeiro algum?!? Independente de seus posicionamentos polêmicos, Salles é o Dom Quixote da HQ Nacional e merece todo o respeito e reconhecimento.

Por fim vieram os cinco mestres da HQ brasileira, Dag Lemos (com sua filha lindaaaaaaaaaa!!!), Eduardo Vetillo, E.C.Nickel, Elmano Silva e Novaes para receberem seus troféus de Mestres. Destaque para o colecionador de Quadrinhos da Era de Ouro (anos 30 aos 50) e grande entusiasta do quadrinho nacional Antônio Amaro, que entregou o prêmio para o mestre Dag Lemos. Emocionado, Amaro lembrou que possuía em sua super coleção muitos gibis desenhados por Dag. Um encontro muito bacana entre fã e artista! Lembrando a todos que sem os fãs, os artistas não seriam porcaria nenhuma, capiche?!? Bira Dantas entregou o prêmio a Eduardo Vetillo, que foi seu primeiro chefe e lhe ensinou muita coisa na profissão. Foi um bonito reencontro de aluno e professor. A seguir Eloyr Pacheco recebeu o prêmio por E.C.Nickel, que mora em Santa Catarina e não pode comprecer, o mesmo ocorreu com Elmano Silva, que não pôde ir de Pernambuco para o evento e, portanto, coube ao Jorge da loja Comix, representá-lo. Para finalizar, o grande Franco (uma das figuras mais importantes e fundamentais da HQ Nacional desde sempre) entregou o prêmio ao seu broder Novaes, grande cartunista/chargista brasileiro.Tudo num clima muito animado e de alto-astral!

E assim encerrou-se mais uma edição do mais antigo e tradicional prêmio de Quadrinhos do Brasil. O primeiro do ramo e o único que é decidido 100% pela vontade da categoria dos quadrinhistas desde seu início. E se depender do Worney, assim será até o fim!

Fotos: Maurício Morais e Cida Candido

Lexy Soares, Baraldão dos Diabos, Paulo dos Anjos e Antônio Amaro

O colecionador Antônio Amaro entrega o Prêmio ao Mestre Dag Lemos

 

Auditório lotadaço!!!

Danilo Beyruth autografando o Bando de Dois

Bira entrega o prêmio ao seu ex-professor, o Mestre Eduardo Vetillo.

Dedy "Fantasma" Edson entrega o prêmio a Edgard Guimaraes

 

Esquadrão Bigorna em ação: Eloyr, Baraldowski e Jota "Céu é o limite" Silvestre

Eloyr Pacheco recebe o prêmio por E. C. Nickel, de Santa Catarina

Exposição de cartuns em homenagem ao Vovô Agostini

Franco, Lilian Lemos, Dag "Sogrão" Lemos, Baraldão "Genrão sanguebom" e a lindíssima Camila Lemos, a coisa mais linda do evento inteiro!!!

Fernando "Fercom" dos Santos entrega o prêmio ao gatíssimo Baraldão

Franco, Jorge da Comix, Baraldao, Márcio Sno e Paulo Anjos

Gil "Lord Kramus" Mendes recebe o prêmio pelo Hélcio Rogério, da Bahia, das mãos do Renatinho Lebeau (impulso HQ)

Jorge recebe o prêmio pelo mestre Elmano Silva, de Pernambuco, das mãos de Franco de Rosa

O "minúsculo" Paulo Ramos (Blog dos Quadrinhos) recebe, das mãos de Will, o Prêmio do Lucas da Villa (melhor Lançamento independente), pois os autores não puderam sair da Bahia

O roteirista baiano Marcos Franco mandou um vídeo agradecendo o prêmio

As jornalistas bonitonas, Clenne "Blue Eyes" Salles e Cida Candido pararam o trânsito na Av. Paulista!!!

Franco entrega o prêmio ao broder Novaes

Fábio Salles entrega o prêmio a José Salles! Serão todos da mesma família???? Olha o nepotismo ai, heim?!?

Palestra da Petra Leão e do Marcelo Cassaro lotou!!!


Petra Leão, Marcelo Cassaro e Worney mediando a palestra

Gazy Andraus, Baraldowski, Rodrigo Febronio, Daniel "Pizza" Esteves e Paulo "Gigante Adamastor" Ramos

Edson Pelicer entrega o prêmio a Danilo Beyruth, pelo livro Bando de Dois

Diretamente do Rio de Janeiro, Heitor Pitombo e patroa

Trio Parada Dura: Fernando "Fercom" dos Santos, Baraldão e Pelicer

Francisco "Jornal da ABI" Ucha, Deddy "Fantasma" Edson, Renato (site Aumanack) Azevedo, Baraldão e Jota Quest Silvestre

Backstreet Boys da periferia: Caio Majado, Baraldão, Rodrigão Febronio (Banca de Quadrinhos), Daniel Esteves, Edu Mendes e Hugo Nanni -"I Want It That Waaaaaaaaayyyyyyy!"!!!!!

Galerinha se esbaldou de comprar gibis

Daniel Alves, Capitão Bara Nascimento e José "Big Boss" Salles

A Máfia dos Quadrinhos: Fausto, Bira, Edu Mendes, Baraldi Hellboy, Novaes e Vasqs

José Salles recebe o prêmio por Marcos Franco, da Bahia, das mãos de Will Sideralman

Will Robinson, Marcio Dr. Smith Baraldi e o robô Hugo Nanni. Ao fundo, o alienígena Thiago "RAFE" Spyked

Baraldão com a família Worney. Reparem na filhona que já tá ficando gata! U-RUUUUUUUU!!!!

Renatinho Lebeau, Baraldão Satanesio e Salvador "RAN" Messina

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