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Resenha: Gringo – O Escolhido
Por Humberto Yashima
17/08/2007

A HQ Gringo – O Escolhido (2006), escrita por Wilson Vieira e ilustrada por Aloísio de Castro no início dos anos 1980, levou mais de 20 anos para ser publicada – o que só aconteceu graças ao empenho de Eloyr Pacheco, que organizou o material “engavetado” pelos autores e apresentou o projeto à Nomad Editora, fazendo com que a empresa se interessasse pelo livro e o publicasse.

A história do mestiço Gringo se passa em 1865, quando o filho de mãe sueca e pai mexicano, que sobreviveu à Guerra Civil Americana (também conhecida como Guerra da Secessão e aconteceu entre 1861 e 1865), tenta levar sua vida adiante. Infelizmente, o ex-soldado precisa lidar com várias pessoas interessadas em se apossar de suas economias: um casal de vigaristas que vende um “elixir milagroso”, um xerife que está atrás do autor de vários assassinatos em sua cidade, um prisioneiro assaltante de bancos e um grupo de violentos comancheros. Tiroteios, uma explosiva fuga da prisão e uma luta de Gringo contra um verdadeiro gigante estão entre os ingredientes que Vieira juntou para contar essa aventura no melhor estilo “faroeste italiano”. Os excelentes desenhos de Castro são de importância fundamental para os leitores entrarem no clima de Velho Oeste da HQ; a arte pintada da capa do livro é do sempre competente Renato Guedes.

Os “extras” do álbum são muito bons: Prefácio de Eloyr Pacheco; matéria O Azul, o Cinza e o Vermelho, na qual Wilson Vieira conta como foi a Guerra Civil Americana; Book Gallery de Aloísio de Castro, com várias ilustrações inéditas do artista; Art Gallery, com pin-ups produzidas por Sam Hart, Caio Majado, Anderson Cabral, Sandro Castelli, Julia Bax e Mantovani; biografias dos autores; e Posfácio de Wilson Vieira. A edição da Nomad tem alguns problemas, como a repetição de imagens ou detalhes de imagens em diversas seções do livro (Índice, Book Gallery, etc); o uso (na Book Gallery) de desenhos em baixa resolução, o que provocou o “serrilhamento” dos mesmos; a ausência de um texto sobre os desenhistas da Art Gallery; e a falta do devido crédito a Matheus Rodrigues Pacheco, o responsável pelo escaneamento e tratamento de imagens da HQ, que realizou um excelente trabalho de restauração das páginas originais.

Apesar do resultado ter ficado aquém do pretendido por Eloyr Pacheco, pois o fechamento final do livro foi feito pela equipe da Nomad (com pouca experiência na área de Quadrinhos), Gringo – O Escolhido é uma excelente opção de leitura para os fãs de HQs, principalmente os que gostam de um bom Faroeste.

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